sábado, 25 de setembro de 2010

Ato Poético

Solitário,
Isolado,
Enclausurado.

Esvai-se,
Sangra,
Sai pelas veias.

Transpira a palavra,
Soma os versos,
Tocam métrica.
Sem pretensão geométrica,
Mas com muita ética.

              Cristina de Barcellos Passinato

domingo, 19 de setembro de 2010

Melancólica Filosofia

Não sei escrever histórias alegres
Não há espaço para mentira
E fecho meus olhos pra ira
Já não me conformo com as febres.

Eu não me incomodo com as moscas
Cansei de esperar a visita,
Amanhã o reprise da fita
As forças que tenho são poucas.

O tempo tudo envelhece,
Do fim não há escapatória
A cada hora a solidão cresce
Não há lugar pra vitoria.
Então eu fico parado, monotonia
Cansei de fazer teatrinho,
Há quem critique minha filosofia
Agora vou ser menininho.

sábado, 18 de setembro de 2010

Quem Sabe Talvez ...


Meu amor é uma canção
Que nunca consegui escrever,
E se encontrasse a solução
E a harmonia pudesse entender?

Rimas, simetria, perfeição
Não sou poeta, não sou artista
Desajeitado, com um violão desafinado
Eu tento me acertar.

Me acertar com a inspiraçao
Mas não tenho uma mira egoista
E assim eu sigo desapontado,
Tentando alguma coisa tocar.

Desistir é tão fácil
A gente sofre, chove, gela
Pois minha cabeça é uma panela (de pressão)
A beira da explosão, uma composição.

Isso não é uma música
Concerteza não é
Todos nós sabemos disto
Mas temos que ter fé.

Ter fé que na proxima vez
Surja pelas minhas mãos
Quem sabe talvez ...
Uma obra de arte, uma canção.

Ninguém Consegue

Queria ser espontaniamente normal
E socialmente incluido,
Pois nem tudo é divertido
E alguma coisa me faz mal.

Sorrisos se espalham pela sala
Não sabem a cor da preocupação,
Só eu estou de cara fechada
Eu sou o solitário em ação.

Com meus passos curtos
Vejo tudo passar
E não consigo fazer nada
Ninguém consegue me acompanhar.

Sem sentido consigo escrever
Palavras jogadas no papel,
Nem tudo tem gosto de mel
Ninguém consegue entender.

A diferença entre ser e não ser
É igual a nada,
Ninguem consegue me ver
Do tempo alguém me apaga.

E assim caminho sem dereção
Escrevendo o que não consigo dizer,
Inutil, ninguém vai peceber
Quando eu sumir por ai!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pensamento

Meu pensamento é vazio
Que me faz calcular infinito
Distante, calado, sombrio
Um passo no escuro, fechado, faminto.

Tentando achar o início
A porta por onde entrei
Mas uma vez perdido
Nunca mais encontrei.

E se pudesse entender
Essa complexa imensidão
Presa em alguns centímetros
Pra libertar o coração.

Na qual a mente ignora
Coração que sangra, que chora
Ritmo alucinante impresso
Controlar essa razão sem nexo.

Estou perdendo a batalha
E futuramente a guerra
Não sei quem é meu inimigo
Não o encontrei nessa terra.

Talvez fique na memória
Mas essa pessoa ainda não vi
E se a sorte não acompanha
Também se perdeu por ai.

É um mundo sem vida
Não há chão, não há céu
A noite se mistura com o dia
Não há doce, não há fel.

Não existe horizonte
Nem sequer um oásis
Aqui nada é bastante
Vazio, vazio, vazio.

E agora eu sei
Que nada existe
Pois ninguém me acompanha
E me faz companhia.

Aqui tudo é pra sempre estagnado
Mas qual o sentido de não ter sentido?
Nada faz sentido, nunca fez sentido
Esperando meu primeiro passo, condenado.

Tentei acertar o passo
Para acompanhar a vida
Pois o único sentido é ir em frente
Por que expiro esperança.